A obesidade é definida como uma doença multifatorial, crônica, progressiva e grave. Já é considerada uma epidemia mundial devido seu crescimento nas últimas décadas. Seu entendimento e tratamento é complexo, devendo relevar todo o contexto social, nutricional e psicológico de cada doente. Os casos mais graves, obesidade grau II e III principalmente, não respondem satisfatoriamente ao tratamento clínico e encontrarão a possibilidade de otimização de resultados com o procedimento cirúrgico que representa mais uma ferramenta no combate à obesidade.
A cirurgia bariátrica (baros = peso) compreende uma grande variedade de procedimentos cirúrgicos, existindo hoje quatro tipos de procedimentos regulamentados pelo CFM (Conselho Federal de Medicina) que são: bypass gástrico, gastrectomia vertical, banda gástrica ajustável e duodenal switch.
Além da perda do excesso de peso, objetiva-se também sua manutenção, com adoção de atividades físicas regulares e um processo de reeducação alimentar e comportamental a médio e longo prazo. O interesse final é a retomada da saúde e a reintegração social do obeso.
A morbidade (risca de complicações) e mortalidade (risco de morte) da cirurgia encontra-se em um patamar bastante favorável atualmente em virtude do melhor entendimento da obesidade, do estudo individualizado das doenças associadas, da qualidade e segurança dos procedimentos cirúrgicos realizados, evolução de medicações e avanços no suporte pós operatório. Porém, os riscos existem e deverão ser incansavelmente discutidos com equipe médica e multidisciplinar assistente. A cirurgia só deve ser indicada quando observamos que os benefícios prováveis são maiores que os riscos possíveis. Esse contato com a equipe pode ocorrer durante consultas ou nas reuniões informativas realizadas mensalmente com o intuito de instruir e esclarecer as dúvidas dos pacientes, familiares e amigos sobre todo o processo da cirurgia bariátrica.
A cirurgia bariátrica faz parte de um programa longo e complexo de perda de peso, reeducação alimentar e comportamental e mudança dos hábitos de vida. Não existirá sucesso se algumas fases do programa forem burladas, omitidas ou não seguidas, é preciso um comprometimento total dos pacientes e familiares com toda a equipe assistente.